Jesus morreu antes dos outros dois crucificados. Morreu antes devido aos espancamentos (flagelação) terríveis, da desidratação, do stress e do jejum a que foi submetido. O dia da sua morte era um dia muito importante para a religião judaica: “era dia de preparativos para a Páscoa.”
O costume dos romanos era deixar os corpos na cruz após estarem mortos para que fossem vistos e servissem de exemplo. Neste caso, porém, a crucificação se deu numa época muito especial para os Judeus, que pediram que tirassem os corpos de lá, evitando assim que fossem retirados no sábado mais sagrado do ano ou que ainda estivessem lá no domingo de Páscoa. (Quem conhece a cultura Judaica sabe o quanto o sábado é considerado sagrado, a ponto de quase nada ser permitido fazer).
Os romanos, com receio de uma possível rebelião popular, permitiram que os corpos fossem retirados antes que começasse o sábado judaico. ( O sábado para os Judeus começa sempre ao anoitecer da nossa sexta-feira).*
Os dois bandidos ainda estavam vivos. Para acelerar suas mortes foi decidido aplicar o crurifragium, ou seja, quebrar as pernas dos crucificados a fim de que estes ficassem sustentados apenas pelos braços e assim morressem rapidamente asfixiados (por falta de ar). Desta forma todos morreram antes do início do sábado.
As pernas de Jesus não foram quebradas, pois Ele já estava morto. Um dos legionários romanos, para evitar dúvidas, enfiou sua lança no corpo morto do Mestre.
"Os judeus tinham ido pedir a Pilatos que se praticasse o "crurifragium", pois era "a vigília de sábado" ... e também o dia de descanso da parasceve. Pela lei judaica os crucificados não podiam passar a noite na cruz (Deut. 21-23). E pelas seis horas começava o sábado da semana da Páscoa, durante a qual estava interdita qualquer execução. A proximidade da grande festa explica a maneira como foram precipitados os acontecimentos do dia - a prisão noturna, o julgamento, a execução e o sepultamento de Jesus, tudo no espaço de poucas horas".
Do livro: E a Bíblia tinha razão ... , Werner Keller, Editora Melhoramentos, pag. 331
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